Crescendo em um mundo digital

Estão cercadas de aparelhos eletrônicos com acesso a jogos online, vídeos e filmes que chamam a atenção dos pequenos pela avidez de cor, som e a variedade de atividades disponíveis.

Estudos mostram que a recorrência para o digital é cada vez maior a fim de facilitar hábitos do cotidiano, por exemplo, quando a criança está a comer e ao mesmo tempo vendo vídeos. Isto impede que sintam o gosto, o sabor, o cheiro, e tudo passa para o “automático de abrir e fechar a boca” ou com distorções de imagens dos alimentos.

Uma das principais características do mundo digital é o seu poder de super estimulação visual em detrimento de todos os outros sentidos por isso, é preciso que a criança construa e experimente as perceções multissensoriais: sensações do tato, da audição, do calor/frio, além do gosto/paladar estão em formação, no desenvolvimento cerebral e mental.

O oferecimento do telemóvel como um “brinquedo” ou “distração” não é aconselhável segundo a Academia Americana de Pediatria (AAP). É recomendado que a introdução dos aparelhos digitais comece após os três anos de idade para que haja um correto desenvolvimento cerebral, mental e sensorial da criança.

O que fazer?

As nossas gerações X (1960-1979) e Millenials (1980-1996) cresceram com nenhuma ou com pouco contacto com a tecnologia. O que havia era a interação entre pais, avós, tios por meio de brincadeiras e leituras de histórias.

Um estudo português mostra que atualmente as crianças com menos de 8 anos de idade brincam maioritariamente sozinhas com tablet e aprendem de modo autônomo. Porém as crianças precisam crescer e criar laços sociais na infância.

Hoje a geração está mais para Minecraft ou Splatoon, não que isso seja completamente errado ou que não traga nenhum benefício. Mas devemos combinar o que havia de melhor em nossa infância, apanhada, berlinde, jogo da macaca, e trazer para os dias atuais.